14 de agosto de 2020

Destaques

O que é o sistema imunológico? 

O corpo humano é composto de diversos sistemas: digestório, sanguíneo, nervoso… Cada um desses possui um papel, seja em administrar nutrientes, transportá-los, controlar nossos movimentos, etc. Diante de tantos papéis, é essencial que haja um sistema feito para proteger os outros caso uma ameaça apareça, e é aí que entra nosso  sistema de defesa ou sistema  imunológico.

O sistema imunológico é composto pelos leucócitos (ou glóbulos brancos) e pelos órgãos que produzem as diferentes células que o compõe. Este grupo de células são especializadas em identificar, neutralizar e destruir partículas estranhas ao nosso corpo.  As células que compõem os  glóbulos brancos do sangue são: linfócitos, neutrófilos (ou polimorfonucleares), basófilos, eosinófilos, monócitos. Em diferentes tecidos são encontrados os fagócitos que englobam e digerem as partículas estranhas que penetram em nosso organismo. Os macrófagos, estão no tecido conjuntivo, pulmões, fígado; os osteoclastos,  estão no tecido ósseo; as micróglias, no tecido nervoso, são alguns exemplos. Este conjunto de células  realizam diferentes funções e, coordenados, formam uma linha de defesa complexa e eficiente para o corpo, podendo agir contra invasores e se adaptar para enfrentá-los com mais eficiência . Estas células são produzidas na medula (região do meio) de alguns ossos como o Externo (que fica em nosso peito) e Fêmur (que fica na coxa), em seguida estas células migram para outros órgãos como o Timo, Baço e Gânglios linfáticos (estes estão espalhados por várias regiões do corpo). 

Respostas do sistema imunológico: defesa inata (ou natural) e defesa ativa ou adaptada

Defesa Inata 

Quando um vírus ou microorganismo   invade o corpo humano é possível que sua presença desencadeia  doenças ou  infecções. A esse “invasor”  damos o nome de  “patógeno ou agente infeccioso”.  Nosso organismo desencadeia então um mecanismo de combate  ao invasor para eliminá-lo   e preservar   nossa saúde. A resposta Inata  é o primeiro “plano de ação” do corpo contra esse invasor. A primeira ação do sistema é destruir os patógenos, e para isso entram em ação  as células especializadas em “ingerir e digerir”,   pelo processo chamado de fagocitose. As principais células envolvidas neste  trabalho são os monócitos e neutrófilos (do sangue) e outros fagócitos  espalhados pelos diferentes tecidos do nosso organismo e um tipo especial de linfócitos chamados de células NK. Além do processo de destruir o patógeno é essencial se livrar de células já infectadas, visto que essas perdem a utilidade e podem até mesmo ajudar na proliferação da infecção. Este é o papel das  células NK ( chamadas Natural Killer, ou seja células assassinas) que atacam células infectadas, induzindo nelas um processo de autodestruição chamado Apoptose, preservando o bem estar das células saudáveis. O processo de Apoptose é também responsável pela eliminação das células “velhas”, ou seja, daquelas cuja vida útil chegaram ao fim. 

Resposta imune ativa ou adaptada 

Quando os mecanismos de nossa defesa inata não conseguem eliminar o agente patogênico, entra em ação uma resposta específica a este agente infeccioso chamada de resposta imune ativa, induzida ou adaptada. 

Os linfócitos, ao entrarem em contato com um agente infeccioso, pela primeira vez, são estimulados a se diferenciarem em células produtoras de anticorpos, formam assim um clone de células comprometidas com tal agente. Algumas células deste clone guardam parte da estrutura do agente infeccioso, como se ficassem com a memória das mesmas e por isso são chamadas de células de memória. É uma forma de identificar aquele tipo específico de invasor. São dois tipos de linfócitos que podem formar “células de memória”: Linfócitos B e Linfócitos T. Estes linfócitos de memória são formados tanto num primeiro contato com um agente infeccioso como quando tomamos uma vacina. Estes clones então simulam um “batalhão” a espera do “ataque” do patógeno, e assim que ocorre o contato todas estas células rapidamente iniciam a produção de anticorpos específicos para cada patógeno com os quais entramos em contato. Os linfócitos B produzem anticorpos que são glicoproteínas, conhecidos como Imunoglobulinas dos tipos G (IgG), M (IgM), A (igA), E (IgE), D (IgD). Dessa forma, ele irá se ligar ao agente patogênico neutralizando a ação do mesmo e sua posterior destruição, em geral pelos fagocítos.

As vacinas funcionam como uma maneira de “simular uma infecção” ao sistema imunológico. As vacinas são compostas de agentes patógenos atenuados, mortos ou componentes isolados dos mesmos, denominados Antígenos, isto é, uma substância estranha ao organismo. Ao entrar no organismo começa o processo de reconhecimento desses antígenos, iniciando uma resposta imune primária, isto é o início da estimulação das células do sistema imunológico, levando a formação das células de memória. Dessa forma, se entrarmos em contato com o agente infeccioso já teremos as “células de memória” que irão rapidamente produzir os anticorpos. 

Imunidade passiva

A palavra passiva expressa este tipo de “imunidade”: é aquela em que a pessoa recebe os anticorpos “sem nenhum esforço”, isto é, os anticorpos foram produzidos em outro animal ou indivíduo. Os “soros terapêuticos” contém anticorpos específicos contra uma determinada substância (toxinas, vírus, microrganismos) e são injetados em um indivíduo quando ele, por exemplo, é picado por uma cobra. ” . Neste caso, os  anticorpos presentes no soro irão neutralizar a ação das substâncias tóxicas presentes no veneno.  . Os “soros” contendo os anticorpos são obtidos em animal de grande porte (em geral, o cavalo), ou doado por um indivíduo que já teve determinada doença. A obtenção desse soro é realizada  injetando-se em um cavalo, por exemplo, pequenas doses de um determinado veneno, num processo chamado de “esquema de imunização”.  O organismo do cavalo reconhece o veneno como substância estranha ao seu organismo e passa a produzir as Imunoglobulinas (anticorpos). Posteriormente, é retirado sangue destes animais e separada a parte líquida que é o “soro terapêutico”.  Este soro é utilizado quando uma pessoa é picado por uma cobra tendo a propriedade de interagir com o veneno e não deixar que eles exerçam a atividade tóxica. 

ATENÇÃO: por trás de uma imunização passiva, sempre há uma imunização ativa anteriormente. 

Fontes:

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Autor: Diego França de Oliveira
Revisão: Profª Leila Maria Beltramini

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